(Algodres - Rua Direita - Julho de 2000)
(colaboração de Albino Cardoso)
É sabido que, em muitas ocasiões, a "arqueologia" vem desmentir e outras vezes confirmar, a história escrita em documentos e até em antigas lendas e tradições. Pelo que é do mais elementar bom senso, que tenhamos sempre a mente aberta a novos factos, para que uma possa complementar a outra, como as pedras de um quebra-cabeças.
Vem isto em referência às obras de requalificação, que decorrem no centro histórico e medieval da antiga "vila" de Algodres.
Nessas obras, que se iniciaram há já bastante tempo e que, entretanto, estiveram paradas, durante alguns anos, por falta de verbas e ou até de vontades, foi descoberta uma necrópole bastante extensa que, iniciando-se junto à igreja matriz de Santa Maria, se prolongava pelas várias ruas, havendo até algumas sepulturas debaixo das actuais casas existentes.
Embora, tanto quanto sei, ainda se não possa fazer uma afirmação cem por cento certa, os estudos iniciais dão-nos uma datação que, terminando no século XVIII, vai recuar aos tempos da dominação romana, pelo menos.
É certo que já o monsenhor Pinheiro Marques nos informava no "Terras de Algodres" (monografia concelhia publicada em 1938) da existência de sepulturas ao redor da igreja, hábito comum e tradicional cristão, até ao decreto da obrigação da existência de cemitérios (meados do século XIX).
Mas o que não era sabido era que os enterramentos se prolongavam por uma área tão grande e, muito menos, por debaixo de actuais construções.
Portanto este facto vem de certa forma comprovar o que há muito se suspeitava e, até era sugerido por alguns autores: que Algodres, se não tem fundação mais antiga, é, pelo menos, do tempo dos romanos.
Mas vem também dar algum fundamento a uma lenda ou história de que esta vila teve foral por D. Sancho I e foi repovoada por essa altura (não se conhece o paradeiro desse foral, se é que existiu).
É sabido que Algodres já existia no tempo do foral de Linhares, por D. Afonso Henriques, em 1169, pois este concelho delimitava com aquele pelo Rio Mondego. Também se sabe, pelas inquirições de 1258 de D. Afonso III, que Algodres teve carta de foral passada por "Donnus S. Menendi" (senhor medieval) pois o inquiridor viu essa mesma carta.
Ora se esta necrópole vai ate à época romana e se encontra em parte debaixo de onde presentemente existem habitações, só nos vem provar que, em alguma altura da história, esta povoação, que data pelo menos do tempo dos romanos, terá continuado no tempo dos "germanicos", que um tal rico homem ("D. Soeiro Mendes") lhe concedeu foral, que existia em 1169 em tempo do nosso primeiro rei, terá sido destruída e desabitada (nalguma incursão muçulmana) e poderá muito bem ter sido reconstruída e reabitada por cima de sepulturas de gente que foi estranha aos povoadores no tempo de D. Sancho I. Pois duvido que se eles soubessem que aí estavam enterradas pessoas, construíssem as suas casas sobre essas sepulturas.
É com um interesse acrescido que espero seja possível fazer em breve as datações dos restos mortais dessas sepulturas, principalmente aquelas debaixo das referidas habitações
2006-11-28
Recomeçaram em finais de Outubro p.p. as escavações arqueológicas no centro histórico de Algodres, no âmbito das medidas de minimização dos impactes das obras de instalação da rede de esgotos e remodelação de infra-estruturas.
Os trabalhos são dirigidos pela Dra. Marina Pinto e facilmente se constata a sua complexidade, dadas as difíceis condições climatéricas que se têm feito sentir e o grande número de enterramentos e outros vestígios postos a descoberto.
Ficamos a aguardar, com expectativa, a divulgação dos resultados preliminares desta intervenção, que serão certamente da maior importância para o conhecimento do passado de Algodres.
O Nosso País - Gabinete de Projecção e Divulgação das Culturas de Portugal publicou, com o meritório apoio da Junta de Freguesia de Casal Vasco, um Cd-Rom de divulgação, dedicado àquela freguesia.
Depois de uma introdução ao município de Fornos de Algodres, com referência a diversos sítios inventariados na carta arqueológica do concelho, este trabalho apresenta-nos uma breve descrição da freguesia de Casal Vasco, abordando aspectos relacionados com a história, a população, as actividades económicas, o turismo, as tradições, a gastronomia e o artesanato. Merece especial destaque o conjunto de imagens relativo ao património cultural da freguesia disponibilizado nesta publicação.
O Cd-Rom Freguesia de Casal Vasco Fornos de Algodres pode ser adquirido no CIHAFA.
Reuniu no passado sábado, dia 18 de Novembro, pelas 15:00 horas, no auditório do CIHAFA, a Assembleia Geral da associação TERRAS DE ALGODRES.
Em síntese, a Assembleia deliberou, por unanimidade, aprovar o Regulamento Interno da associação, o valor da jóia de admissão (10 euros) e da quota anual (20 euros) a cargo dos associados, o plano de actividades da associação para o ano de 2007 e a nomeação dos órgãos sociais, para o triénio de 2007 2009, com a seguinte composição:
DIRECÇÃO:
Presidente: António Carlos Valera
Secretário: José Filipe Saraiva
Tesoureiro: Miguel Augusto Gomes da Costa
CONSELHO FISCAL:
Presidente: Fernando Ernesto Viçoso Saraiva
1º. Vogal: Américo Oliveira Domingues
2º. Vogal: Celso Tadeu
ASSEMBLEIA GERAL:
Presidente: Nuno Soares
1º. Secretário: Maria Fernanda Cunha
2º. Secretário: Manuel Paraíso.
A associação TERRAS DE ALGODRES solicita a adesão de todos os que se interessam pela promoção do Património de Fornos de Algodres. As propostas de admissão de novos associados podem ser remetidas para:
TERRAS DE ALGODRES
Centro de Interpretação Arqueológica
Edifício do Tribunal
6370 FORNOS DE ALGODRES.
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