No âmbito da programação “Mangualde na Rota da 3ª. Invasão Francesa”, a Prof. Doutora Maria Antónia Figueiredo Lopes proferirá hoje, pelas 21:30h., uma conferência intitulada "Na rota da 3ª invasão francesa: o concelho de Mangualde e as suas vítimas".
Segue-se, no próximo dia 22 de Setembro, pelas 21:30h., uma conferência do Prof. Doutor João Paulo Avelãs Nunes sobre o tema “As Invasões Francesas hoje. Transformações e continuidades ao longo de dois séculos de história contemporânea de Portugal”.
Estas conferências serão realizadas no Auditório da C. M. de Mangualde, com entrada livre.
(informação enviada pelo Dr. António Tavares, que agradeço)
A ler n O Figueirola.
Num momento em que começa a ser assinalado o segundo centenário das invasões francesas, é oportuno recordar um testemunho escrito que dá conta do que se passou em Algodres, em Setembro de 1810, por ocasião da 3ª. invasão, comandada por Massena.
O relato, lavrado pelo Vigário de Algodres de então, foi encontrado no arquivo paroquial por Mons. Pinheiro Marques, que o transcreveu e publicou (cf. MARQUES, 1938, pp. 198-199).
Admitindo que alguns interessados possam não ter acesso a essa publicação, reproduz-se a transcrição do documento em causa:
LEMBRANÇA DOS DIAS DA INVASÃO DOS INIMIGOS FRANCESES PARA FICAR ad rem perpetuam EM QUE SE DÁ CONTA DAS MALDADES INIQUIDADES, OS ORROROSOS CRIMES COM AS VIOLENTAS MORTES E ROUBOS QUE NESTA FREGUESIA DALGODRES FIZERAM.
Os Inimigos Francezes invadirão n esta minha Freg.ª e Vila d Algodres, no dia 16 de 7.bro de 1810, pelas 5 horas da tarde, em cujo dia não fizerão roubo algum e eram então 5 para 6 os tais inimigos e então pouco fizerão hostilidades, e no dia seguinte, 17 do dito mês, tornarão a esta minha Freg.ª e a todos os povos dela, em que fizerão muitos e a voltados roubos e tambem derão causa a que se incendiassem, queimando-se humas das milhores casas d esta Vila, das quais he senhor e possuidor d ellas João Osorio de Castro, meu freguez, nas quais alem dos Inimigos roubarem n ellas antes do incendio quanto quizerão afinal porque não só o dito João Osorio como tambem sua mulher D. Tereza, como tambem sua filha D. Clara, sussedendo cairem todos trez nas garras d elles, ficando todos trez maltratados e sobre tudo o dito João Osorio que esse ficou estendido no chão já sem nada mais mover-se, ficando semi-morto...
E o mesmo fizerão a todos os meus freguezes...
No dia da invasão mataram violentamente Antonio da Fonseca Grego, Antonio Fonseca Faia, Maria Luiza da Guerra, Maria Pinheiro, José Alves e Manuel d Almeida.
Violentaram muitas mulheres, morrendo algumas por efeito dos maus tratos recebidos.
Arrombaram e profanaram a Igreja paroquial, a Misericordia, roubaram todas as pratas que encontraram, e varias alfaias, causando ainda outros prejuizos materiais, arrombando até a porta do sacrario.
De 2 palios, rasgaram um e roubaram o outro.
Derão sete saques por espaço de quatro dias, sempre de manhan, de tarde sempre em grande numero, sem sessar, athé cobrindo todos estes bosques todos os montes e vales, como tambem toda a Barroca. (Assinados) J.e M. Camelo Fortes. Joaquim José de Sousa e Manuel de Lemos Napoles. O vigario, Thomaz Guadagnini.
(in Pinheiro Marques, Terras de Algodres (concelho de Fornos), 1938, pp. 198 199).
Neste blog
Sites
Comunicação Social
Mailing lists
Fontes
Alguns blogs
Foi assim em Fornos de Algodres
Notícias de Fornos de Algodres
Portuguese Prehistoric Enclosures
Páginas pessoais
Projectos de investigação
Associações
Sociedade de Geografia de Lisboa
Ferramentas