Este estudo de Adamo Caetano recorda um fornense que se notabilizou na vida académica coimbrã e terá estado nas raízes da centenária Tuna Académica da Universidade de Coimbra.
Faleceu no passado sábado em Leiria a nossa amiga Amélia Pinto Pais.
A sua paixão pela literatura está bem presente neste sítio e nos seus livros.
À família enlutada, os meus sentidos pêsames.
Adenda (2012-05-30):
O serviço de Comunicação da Câmara Municipal de Tomar teve a amabilidade de nos informar que Amélia Pinto Pais irá ser homenageada na Feira do Livro de Tomar, na quinta-feira, dia 7 de Junho, pelas 17 horas. A sessão inclui um recital de poesia pelo grupo O Contador de Histórias, de que era amiga e espectadora assídua. Mais informações estão disponíveis aqui.
Adenda (2012-11-25):
No passado dia 20 de Outubro, realizaram-se em Leiria significativas cerimónias de homenagem a Amélia Pinto Pais, aqui noticiadas.
A minha amiga Fátima Reis deu-me recentemente a conhecer mais um ilustre fornense, hoje quase esquecido, o Dr. Artur Rodrigues de Almeida Ribeiro (1865-1943).
(foto tirada daqui)
Natural de Cadoiço (freguesia de Juncais), o Dr. Almeida Ribeiro distinguiu-se na carreira da magistratura, chegando a juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça. Foi também nomeado para diversos cargos públicos de relevo e dedicou-se a intensa actividade política durante a 1ª. República, tendo sido deputado e membro de vários Governos, onde exerceu, designadamente, as funções de Ministro das Colónias, Ministro do Interior e Ministro das Finanças (interino) v. aqui.
(in O Antonio Maria, 17 de Agosto de 1882, p. 266)
Vai ser publicada este mês a edição brasileira do livro Fernando Pessoa, o menino da sua mãe, da autoria da algodrense Amélia Pinto Pais.
Está também em preparação a publicação no Brasil do livro Padre António Vieira, o imperador da língua portuguesa e, eventualmente, de outras obras da autora.
(Visconde das Torres[i])
Quando se refere a nobreza titular oriunda das terras de Algodres, raramente é mencionado o título de visconde das Torres.
O primeiro e único visconde deste título, António Camelo Fortes de Pina, descendia de uma das principais famílias de fidalgos residentes em Algodres, a família Camelo Fortes (ou Camelo Forte), que tinha solar na rua do Outeiro[ii]. O título foi criado por Decreto de 26 de Dezembro de 1850 e teve curta duração, em virtude de o agraciado ter falecido no ano imediato[iii][iv].
António Camelo Fortes de Pina, nasceu em 14 de Março de 1770 e morreu em 26 de Novembro de 1851. Era filho de António Camelo Fortes, que foi capitão-mor de Algodres, Fornos, Figueiró da Granja e Matança[v] e de sua mulher D. Josefa Maria de Pina Osório, natural de Torres, povoação e freguesia do concelho de Trancoso. Casou a primeira vez com D. Emília de Abreu Castelo Branco, filha de João de Abreu Castelo Branco Cardoso e Melo e de sua mulher D. Antónia Clara de Melo Magalhães e Mota (sendo, portanto, irmã de João Maria de Abreu Castelo Branco Cardoso e Melo, que veio a ser o 1º visconde e 1º conde de Fornos de Algodres). Casou em segundas núpcias, em 1824, com D. Maria Augusta Saraiva da Costa Refóios (n. a 4 de Julho de 1801), filha de Mendo Saraiva da Costa Refóios e de sua mulher D. Luísa Alexandrina de Melo Mascarenhas. Não teve descendentes de qualquer destes matrimónios[vi].
Os demais dados que em regra são apresentados sobre a sua vida e obra, resumem-se, praticamente, aos constantes da legenda do retrato acima reproduzido[vii].
O visconde das Torres era do Conselho da rainha D. Maria II, Fidalgo Cavaleiro da Casa Real[viii], foi cavaleiro professo da Ordem de Cristo[ix] e posteriormente Comendador da mesma Ordem[x]. Jurisconsulto dos mais ilustres, foi doutor e lente catedrático da Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra[xi], Desembargador da Casa da Suplicação e Juíz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça[xii]. Foi também Deputado às Cortes de 1821, 1826 e 1834.
Nas lutas entre liberais e absolutistas, sabe-se que foi defensor da causa liberal, o que lhe valeu alguns dissabores durante o governo de D. Miguel[xiii].
Segundo uma tradição que em Algodres alguns ainda recordam, o visconde era conhecido como cabeça de ferro, porque, dizia-se, seria capaz de reconstituir, de memória, toda a legislação então em vigor...
A designação do título com que foi agraciado é referente à freguesia de Torres, do concelho de Trancoso, na qual, por herança familiar, tinha bens e uma residência[xiv].
Bibliografia e abreviaturas: v. entradas de 2005-05-09.
[i] Seg. uma litografia de 1850. Esta litografia tem a seguinte legenda: ANTONIO CAMELLO FORTES DE PINA - Do Conselho de S. M. F., Fidalgo Cavalleiro da Sua R. C., Commendador da Ordem de Christo, Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, Lente Cathedratico Jubilado na Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra, Dezembargador dos Aggravos da extincta Caza da Supplicaçao, Deputado ás Cortes de 1821, 1826 e 1834.. O retrato litografado referido em MARQUES, 1938, pp. 227-228, será, ao que tudo indica, um exemplar desta litografia.
[ii] Cf. MARQUES, 1938, pp. 226-228, que designa esta família como Camelo Forte. Porém, pelo menos no séc. XIX, os seus membros usavam em geral o apelido Fortes.
[iii] Cf. GEPB., vol. 32, p. 255.
[iv] Há também, no IAN/TT, uma Carta régia de 08/04/1850 (Registo Geral de Mercês, D. Maria II, liv. 36, fl. 83v-84v) que, a julgar pelo sumário, será referente à concessão deste título - cf. em TT OnLine a ref. PT-TT-RGM/09/203797.
[v] Capitania-mor que tinha sede em Algodres cf. MARQUES, 1938, p. 86.
[vi] Dados biográficos compilados a partir de MARQUES, 1938, p. 227-228 e 218-219 e da GEPB, vol. 32, p. 255.
[vii] Cf. a nota um, supra e a bibliografia referida na nota antecedente.
[viii] Alvará de 12/01/1824: IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João VI, liv. 18, fl. 88v - cf. em TT OnLine a ref. PT-TT-RGM/07/146210 (repetido na ref. PT-TT-RGM/07/164423).
[ix] Carta de 10/05/1826: IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. João VI, liv. 21, fl. 224 - cf. em TT OnLine a ref. PT-TT-RGM/07/164424.
[x] Portaria de 10/12/1834: IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Maria II, liv. 1, fl. 183 - cf. em TT OnLine a ref. PT-TT-RGM/09/203795.
[xi] Jubilado por Portaria de 19/01/1836: IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Maria II, liv. 4, fl. 242 - cf. em TT OnLine a ref. PT-TT-RGM/09/203796.
[xii] Carta de 05/11/1834: IAN/TT, Registo Geral de Mercês, D. Maria II, liv. 1, fl. 140-140v - cf. em TT OnLine a ref. PT-TT-RGM/09/203794.
[xiii] O Prof. José Adelino Maltez informa que em 1828, nos primeiros tempos do governo de D. Miguel, foram expulsos oito lentes da Universidade de Coimbra, entre os quais António Camelo Fortes de Pina, por serem tidos como maçons (v. aqui). Mons. Pinheiro Marques relata que António Camelo Fortes de Pina seguiu a causa liberal e que, em 1828, aquando ...do movimento revolucionário de Coimbra contra o govêrno de D. Miguel, fez parte da Comissão de censura dos escritos que houvessem de se imprimir nessa cidade... (MARQUES, 1938, p. 227).
[xiv] Numa visita a Torres, realizada no início deste século, nenhum dos residentes casualmente contactados recordava a existência do visconde das Torres, ou sabia indicar qual teria sido a sua casa, embora me tenham alvitrado que poderá ter sido num grande solar que existe ao fundo da povoação.
No próximo dia 17 de Outubro, pelas 18:30h., vai realizar-se na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, a sessão de apresentação do livro Fernando Pessoa, o menino da sua mãe, da autoria da algodrense Amélia Pinto Pais.
A obra é dedicada ao público infanto-juvenil e será apresentada pelo Prof. Dr. José Augusto Cardoso Bernardes.
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Algodres não é apenas um sítio histórico e monumental. É uma comunidade com um profundo sentimento identitário, que marca todos os que se orgulham de ser seus filhos.
Falar de Algodres é também falar da obra dos que assumem a sua condição de algodrenses, por maior que seja a ausência ou a distância que os separa da terra natal.
É o caso de Amélia Pinto Pais. Nascida em Algodres, em 1943, é professora (aposentada) e vive em Leiria. Tem dedicado a vida ao estudo e ao ensino da literatura portuguesa. Nos últimos 25 anos, publicou diversos livros, em geral de natureza didáctica e ensaística. Tem poemas seus publicados no n. 10 (Outono de 2006) da revista DiVersos e em páginas na net. Tem colaborado em blogs colectivos e é autora do blog Ao longe os barcos de flores.
(Capas de alguns dos livros de Amélia Pinto Pais)
Na Areal Editores, publicou uma História da Literatura em Portugal (em três volumes: Época Medieval e Clássica, Época Romântica, Época Moderna) e os títulos Para compreender os Lusíadas, Para compreender Fernando Pessoa, Eu cantarei de Amor poesia lírica de Luís de Camões, Auto da barca do Inferno de Gil Vicente, uma edição escolar anotada de Os Lusíadas, Os Lusíadas em prosa, traduzido em francês com o título Les Lusiades en prose, Saber português e Ensinar os Lusíadas. Publicou ainda os manuais (já fora do mercado, por alterações programáticas): Ler por gosto (10º., 11º. e 12º. anos) e, em colaboração, Ser em português (10º., 11º. e 12º. anos).
Em meados de Setembro p.f., começará a ser distribuído o seu novo livro: Fernando Pessoa, o menino da sua mãe, editado pela Âmbar e dedicado ao público infanto-juvenil (à semelhança do já referido Os Lusíadas em prosa).
(Capa do novo livro de Amélia Pinto Pais )
Luís de Mello, um dos conjurados da Restauração de 1640, foi Comendador de Santa Maria de Algodres na Ordem de Cristo. Foi também Porteiro-Mor da Casa Real, Alcaide-Mor de Serpa, Comendador de Serpa na Ordem de Aviz, Capitão da Guarda Real e Presidente da Câmara de Lisboa (v. aqui).
A comenda de Santa Maria de Algodres foi criada por D. Manuel I em 1517 (v. aqui).
Acaba de ser publicado mais um número da revista Beira Alta (vol. LXIV (2005) – fasc. 3 e 4), no qual Óscar Caeiro Pinto assina um artigo de interesse para a história do concelho de Fornos de Algodres, intitulado: “Os Albuquerque, de Queiriz (subsídios para a sua genealogia)” (pp. 359-394).
(colaboração de João Rocha Nunes) No seguimento do artigo referente à biografia de Manuel de Pina Cabral, importa saber se na localidade de Fonte Fria existem, na actualidade, elementos materiais ligados à figura do latinista. No conjunto do casario da Fonte Fria, uma das casas, junto à entrada da povoação, chama a atenção pelo facto de ser claramente uma estrutura habitacional que se distingue de todas as outras na localidade. Esta distinção decorre da habitação ter sido de uma família abastada, embora sem quaisquer foros de nobreza (a casa não tem qualquer brasão ou símbolo nobiliárquico). De notar, que Pina Cabral era oriundo de uma família de lavradores abastados - o avô, Manuel de Andrade, que era capitão de ordenanças, obteve uma mercê de D. João V que lhe possibilitou o aforamento de terras concelhias[i]. A prática agrícola fazia, igualmente, parte da vida dos progenitores, como se verifica pelo facto de os pais de Pina Cabral terem vinculado terras à Igreja: António de Pina e Maria de Santiago [pais de Manuel de Pina Cabral] eram “senhores e posuidores de duas capelas hua das quais se compunha de umas fazendas sitas na dita vila [Matança] com a obrigação de 26 missas e alem desta mais hua com hum responso e a outra capela se compunha de fazendas sitas no lugar de Pindo concelho de Penalva (…) com encargo de hua missa e hum responso” [ii]. Estas capelas foram extintas em 22 de Fevereiro de 1774, por não terem de rendimento anual 100 mil réis. Em virtude de nesta localidade não ter existido outra família que tivesse a mesma importância na sociedade local, podemos considerar que esta casa pode muito bem ter sido da família de Pina Cabral. Se analisarmos a estrutura (cantaria; contrafortes; janelas) verificamos que a casa foi edificada nos séculos XVII ou XVIII, o que mais uma vez vem corroborar a hipótese sugerida. Contudo, não há provas documentais que permitam referenciar esta habitação como local do berço de Manuel de Pina Cabral. No registo de baptismo faz-se referência ao facto do franciscano ter nascido na localidade de Fonte Fria[iii]. Todavia, nos registos paroquiais dos irmãos do latinista refere-se que nasceram na quinta do Deserto[iv]. Sabe-se que esta quinta se situava no termo de Matança (Pedro Leitão, em 1708, edificou aqui uma capela consagrada a Nossa Senhora da Assunção)[v]. É sabido, também, que António de Pina e Maria de Santiago, pais de Pina Cabral, residiam na quinta do Deserto. É possível que esta quinta, da qual não se conhece a localização, estivesse situada num local próximo da Fonte Fria e que o pároco no momento do baptismo de Pina Cabral tivesse feito referência ao aglomerado populacional próximo e mais densamente povoado. Ao invés, é igualmente possível que Frei Manuel de Pina Cabral, por um qualquer motivo que hoje desconhecemos, tenha nascido na Fonte Fria, na habitação que era pertença do seu avô. Como uma última nota, importa fazer referência ao estado de ruína em que se encontra a casa que foi da família de Pina Cabral que, à semelhança do que aconteceu com a erosão da memória do latinista, se encontra também num total estado de degradação. [i] IAN/TT – Chancelaria de D. João V, Mercês, liv. 96, fl. 171v. Em 27 de Maio de 1738, Manuel de Andrade conseguiu uma provisão de D. José que lhe permitiu aforar terras concelhias na Matança, mais precisamente “um pedaço de terra que era de tojal no limite da mesma vila aonde chamam de barrocal da atalaya que partia com o suplicante e ribeira de carapito que não rendia cousa alguma ao dito concelho”. [ii] IAN/TT – Chancelaria de D. José – Extinção de Capelas, lv. 11, fl. 308. Sobre as questões associadas à morte e em particular aos legados pios na época moderna ver Ana Cristina Araújo – A Morte em Lisboa: Atitudes e representações 1700-1830, Lisboa, Editorial Notícias, 1997, p. 271-295.
(colaboração de João Rocha Nunes)
Comemoram-se no presente ano de 2006, 260 anos da data de nascimento de Manuel de Pina Cabral. Este distinto latinista do século XVIII nasceu em Matança, mais concretamente no local de Fonte Fria, no ano de 1746. Oriundo de uma família de lavradores, eclesiásticos e militares, fez os primeiros estudos nesta localidade, tendo mais tarde, na década de 60, ingressado no curso de cânones da Universidade de Coimbra. Data precisamente deste período a relação de amizade que estabelece com Frei Manuel do Cenáculo, distinta figura das letras do século XVIII. A pouca vocação que sentia em relação ao curso e a relação de amizade com Manuel do Cenáculo, que aliás se manteria por toda a vida do canonista, foram determinantes para o abandono da Universidade e ingresso na Ordem Terceira de S. Francisco, prosseguindo aqui o estudos de Filosofia e Latim. Foi um dos mais brilhantes alunos da Ordem Terceira. O conhecimento da língua latina (era um dos especialistas do seu tempo) foi determinante para que tivesse sido o autor de um novo léxico de latim - o Magnum Lexicon. Esta monumental obra foi deveras importante no panorama das letras portuguesas do século XVIII e XIX, contando-se 11 edições que bem atestam a relevância da obra. Foi igualmente tradutor e autor de uma gramática latina, sob o pseudónimo de António de Pina Andrade. A importância de Pina Cabral não tem a ver apenas com a sua obra. Na Ordem Terceira fez uma carreira notável, que de simples estudante no colégio da ordem de Coimbra chega, em inícios do século XIX, a provincial da Ordem, figura máxima da instituição. Desconhece-se a data da sua morte – deve ter ocorrido cerca de 1810, uma vez que a última carta que escreve a Manuel do Cenáculo data de 1807 e a edição de 1812 do Magnum Lexicon já não é revista pelo autor.
ANEXOS
Anexo1 – Registo de Baptismo de Manuel de Pina Cabral
Anexo 2 – Magnum Lexicon (1ª Edição) – folha de rosto
Embora por vezes ignorado, certo é que muito antes de os Noronhas, condes de Linhares da Beira, terem sido senhores de Algodres, desde fins do séc. XVI, já o tinham sido os Cáceres, pelo menos desde fins do séc. XIV, estes originários do antiquíssimo solar desta família na freguesia do Casal Vasco, termo daquele antigo concelho.
O primeiro Senhor documentado foi: Álvaro Mendes de Cáceres (NFP, vol.III, pag.168), tendo o senhorio continuado na mesma família pelo menos mais duas gerações. Esta família, com origens em Castela (ou Vascongadas), tem comprovado o seu ramo português desde o princípio do séc. XIV quando Gonzalo de Cáceres fundou o solar da sua família no "casal do vasco", foi o bisavô do referido Álvaro que, para alem de Algodres, foi também Senhor de Meadas e de Pena Verde.
Embora sem certezas absolutas, creio que estes Cáceres estão na origem do Casal Vasco (no entanto o mais provável será que tenham edificado o casal nas ruínas de uma villa agrícola romana, que se encontraria em ruínas desde o tempo dos mouros; em documentos do séc. XIV chamava-se este lugar Casal Vasio). Embora se diga que são originários de Castela, eu suponho que o seriam das Vascongadas hoje País Basco: já o Monsenhor Pinheiro Marques no seu livro "Terras de Algodres" afirmava que a aldeia teria tido origem num casal que teria sido propriedade de um Vasco e daí o nome terá evoluído de casal do Vasco, para Casal Vasco. Ora como não encontrei nesta família nenhum Vasco de nome e como não há nenhuma evidência de nenhuma outra família senhorial aí ter vivido, a explicação que eu encontro é que sim, a fundação deste casal foi por um vasco, não de nome, mas sim de origem: vasco ou basco das Vascongadas.
O ramo varonil desta família terá terminado em meados do séc. XVI (essa segundo eu a razão do senhorio ter passado para os Noronhas), pois o ultimo documentado foi Simão Cardoso de Cáceres, em 1520 (Genea ...). Entretanto D. Afonso V já tinha mandado passar carta de brasão de armas de mercê nova em 1459 a Álvaro Gonçalves de Cáceres que era cronista - mor do reino ( DFP, Luís de Lancastre e Távora, Quetzal editores, 2ª. edição, Lisboa).
Quando o morgadio desta familia se extinguiu, o património dela foi incorporado no da Casa da Ínsua (Penalva do Castelo) que se tornou proprietária de todos os seus bens, passando a partir de então a usar também o nome de Cáceres que pela sua antiguidade era um dos mais importantes do reino e bem assim tomou posse do solar do Casal Vasco, tendo-lhe então adicionado o brasão daquela casa. Este solar encontra-se hoje bastante arruinado e a pedir urgentemente obras (por que não transformá-lo em turismo de habitação?). Seria de grande interesse, pois creio que deverá ser o único no nosso município em que está comprovada a origem de uma família portuguesa.
Além do solar existe a capela de Nª. Sª. da Encarnação, onde foi instituído o morgadio dos Cáceres e que, felizmente, a Casa da Ínsua cedeu ao município de Fornos de Algodres e hoje se encontra restaurada e conservada. É uma bela capela medieval com ameias e que muitos "Algodrenses" desconhecem.
NFP = Nobiliário das Famílias Portuguesas
DFP = Dicionário das Famílias Portuguesas
Genea = Portal de Genealogia.
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